O Românico do Sousa, Douro e Tâmega

No contexto do românico português, a arquitetura românica do Tâmega e Sousa apresenta características especiais e que se unem pelas formas de realização!

 

A escultura mostra uma identidade própria optando, quase sempre, por elementos vegetalistas. A sua singularidade reside nos temas e nas técnicas. Nos capitéis e nos longos frisos a escultura é muito bem desenhada e plana, utilizando a técnica do bisel, muito utilizada nas Épocas Visigótica e Moçárabe.

 

Correspondendo, quase sempre, a reformas românicas de igrejas anteriores, as novas construções utilizaram modelos das antigas igrejas pré-românicas, então reformadas, e inspiraram-se nas formas decorativas da Sé Velha de Coimbra, da Sé do Porto e da Sé de Braga/São Pedro de Rates, formando um modo muito próprio e identificativo do território do Tâmega e Sousa!

 

Nas igrejas do Tâmega e Sousa poucas vezes se encontra a representação da figura humana. Contudo encontram-se nas esculturas representações de animais que surgem sustentando os tímpanos dos portais, tendo claramente a função de surgir como símbolo de defesa das entradas do templo!

 

A Igreja do Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel, constitui um monumento nuclear no contexto da arquitetura românica da região. Terá sido em Paço de Sousa que se forjou uma corrente com base na tradição pré-românica influenciada, igualmente, por temas originários do românico de Coimbra e do Porto, dando origem ao que designou por românico nacionalizado. Esta forma de construir do românico destaca a decoração vegetalista em diversos elementos arquitetónicos como os capitéis, frisos e impostas!

 

Outro dos aspetos mais importantes da arquitetura românica do Tâmega e Sousa está no facto das formas do românico se realizarem durante muito tempo, como poderás verificar em alguns monumentos que ainda possuem este tipo de construção no século XIV!