Amarante
Edificada no século XIII, a Igreja de Gondar, outrora cabeça de um pequeno complexo monástico feminino, encontra-se implantada a meia encosta, no vale do rio Ovelha.
A sua fundação e percurso histórico ligam-se à linhagem dos Gundares, cujos membros alcançaram fama na região ao longo da Idade Média.
O seu desaparecimento acentuou-se a partir da extinção do mosteiro, em 1455. Embora não existam vestígios dos anexos do mosteiro, a Igreja de Gondar atesta ainda o seu caráter originariamente monástico: as mísulas [pedras salientes de apoio] presentes nos paramentos exteriores evidenciam a existência de estruturas anexas à Igreja de ambos os lados.
A traça românica da Igreja conservou-se na sua quase totalidade, apesar das transformações que sofreu ao longo da Época Moderna. Enquadra-se na categoria do românico de resistência (tardio), como provam os cachorros de perfil quadrangular e a composição dos portais.
O portal principal não tem colunas, as suas arquivoltas apoiam-se sobre os pés-direitos e o tímpano é liso. O único elemento decorado deste portal é a arquivolta externa, com o motivo de enxaquetado, tão caro ao românico português.
O portal é encimado por um pequeno óculo composto por cinco círculos, formando uma cruz.
Tipologia: Igreja
Classificação: Imóvel de Interesse Público – 1978
Percurso: Vale do Tâmega
1202, julho - O rei D. Sancho doa as dízimas de Carvalho de Rei, Pedrinha, Pena Redonda e Santa Maria de Gestaçô ao mosteiro de Gondar e à abadessa D. Ouroana;
1202 - D. Sancho doa ao mosteiro de Gondar o padroado da Igreja de São Pedro de Lomba e a Igreja de Santa Maria do Castelo;
1258 - Nas Inquirições de D. Afonso III citam-se os cavaleiros de Gondar como senhores do mosteiro;
1452, julho, 29 - É investida como última abadessa de Gondar, D. Inês Borges;
1455, abril, 13 - Por mandado do arcebispo D. Fernando da Guerra a Igreja de Gondar é secularizada;
1470 - O clérigo Pedro Afonso oferta uma escultura da Virgem à Igreja de Gondar;
1548 - Manda redigir-se o Tombo da Comenda de Gondar;
1726 - Francisco Craesbeeck assinala a Igreja de Gondar como reitoria da Comenda de Cristo, com sacrário, sendo então reitor o padre Domingos Ferreira da Silva;
1758 - A Igreja de Gondar tinha três altares, o maior e colaterais, sendo estes últimos dedicados ao Santo Nome de Jesus e a São Sebastião;
1948 - Segundo Mário Barroca foi neste ano que pela primeira vez se divulgou a imagem da Virgem sentada, dita Santa Maria de Gondar; seria por mão de Alfredo Guimarães;
1953 - Armando de Mattos chama a atenção, em artigo na revista Douro Litoral, para o estado da Igreja de Gondar e das suas pinturas murais;
1978 - A Igreja de Gondar é classificada como Imóvel de Interesse Público;
1979 - António Cardoso publica uma monografia sobre a Igreja de Gondar;
1980-1988 - São realizadas obras diversas na estrutura que devolvem a integridade ao edifício que, no entanto, é substituído no culto pela nova igreja de Gondar;
2010 - Integração da Igreja de Santa Maria de Gondar na Rota do Românico;
2012-2013 - Conservação geral da Igreja ao nível das coberturas e paramentos exteriores; conservação e restauro da pintura mural da capela-mor, no âmbito da Rota do Românico;
2014-2015 - Conservação geral da Igreja ao nível dos paramentos interiores, dos madeiramentos dos tetos, das portas e dos vãos de iluminação e ventilação, no âmbito da Rota do Românico.
Santa Maria – 15 de agosto
Por marcação
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Como chegar:
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Calçada Armando Teixeira da Mota e Costa, Gondar, Amarante, Porto
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A partir do Porto opte pela A4 (Vila Real). Saia em Mesão Frio/Padronelo.
Se vem do Centro ou Sul de Portugal pela A1 (Porto) ou pela A29 (V.N. Gaia) opte pela A41 CREP (Vila Real). Escolha depois a A4 (Vila Real) e saia em Mesão Frio/Padronelo.
Se já se encontra na cidade de Amarante, tome a estrada N15 na direção de Vila Real até encontrar a sinalização da Igreja de Gondar.