Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela - Rota do Românico
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A Igreja de Tarouquela é tudo o que resta de um mosteiro de monjas beneditinas que aqui laborou até ao século XVI.

Fundado no século XII, foi na centúria seguinte, já sob a reforma beneditina, que se edificou o templo existente. É pela influência desta ordem religiosa que o românico chega a terras de Tarouquela, uma vez que nas igrejas beneditinas são frequentes temáticas escultóricas como animais antitéticos, dois homens com uma só cabeça, serpentes e sereias, entre outras.

No exterior da Igreja destaca-se o portal principal, cujo tímpano, decorado com um motivo floral, parece guardado por dois quadrúpedes de cujas mandibulas pendem figuras humanas. Estas esculturas, que a população chama de cães de Tarouquela, parecem tratar-se de representações destinadas a afastarem o mal.

Também os cachorros evidenciam ornamentação fantástica, figurativa ou animal, como o exibicionista, oculto desde o século XV pela Capela de São João, hoje sacristia. Esta estrutura, que anuncia a introdução do estilo gótico, foi edificada entre 1481 e 1495, assinalando a relação deste mosteiro com as famílias senhoriais da região que, através das abadessas, aqui impuseram o seu domínio.

No interior merece destaque a escultura da Virgem entronizada amamentando o Menino, do século XVI, e possivelmente proveniente de uma oficina de Bruxelas.


Tipologia: Igreja

Classificação: Monumento Nacional – 1945

Percurso: Vale do Douro

1134 - O infante D. Afonso Henriques doa a Egas Moniz e a sua mulher, a herdade de Tarouquela, cujos termos (extensos) denotam a importância e o valor do território, embora no mesmo ano estes a tenham trocado por um cavalo com Ramiro Gonçalves e sua esposa D. Ouruana Nunes;

1162 - Segundo Viterbo, pelo menos desde este ano, havia um Convento em Tarouquella, em que se guardava a Regra de Santo Agostinho;

1171 - O bispo de Lamego reconhece a existência do Mosteiro, fundado por Ramiro Gonçalves, por alcunha o Quartela, e D. Ouruana;

1185 ou 1187 - Os filhos e netos dos fundadores confirmaram a doação da igreja própria, de fundação anterior, ao Mosteiro, endossando-o a D. Urraca Viegas, também ela neta dos fundadores, para que o governasse no espiritual e no temporal;

1187-1194 - Com o apoio dos familiares, a abadessa conseguiu a mudança do hábito em Tarouquela;

Finais do século XII/inícios do século XIII - Edificação da Igreja do Mosteiro de Tarouquela;

1214 - Possível sagração ou conclusão da edificação de capela-mor, segundo inscrição identificada por Mário Barroca;

1232 - Segundo a notícia da fundação do Mosteiro de Tarouquela, exarada no século XVII, D. Urraca teria feito doação de todos os seus bens ao Mosteiro;

1291-1340 - O abadessado de D. Aldonça Martins de Resende foi um dos mais ativos em Tarouquela;

1312 - Confirmou-se que o arcebispo de Santiago não tinha direito a receber as colheitas devidas à Igreja de Tarouquela;

1315 - D. Rodrigo, bispo de Lamego, terminou o litígio que havia encetado com Tarouquela;

Segunda metade do século XIV - O Mosteiro de Tarouquela entra na esfera de influência dos Pintos;

A partir do século XV - Há uma efetiva permanência de determinadas famílias à frente do Mosteiro de Tarouquela;

1481-1495 - Construção da capela de São João Batista, durante o reinado de D. João II e por instituição de um vínculo por Vasco Lourenço;

Cerca de 1500 - Conceção da imagem da Virgem do Leite;

1514 - D. Manuel I manda fundar no Porto um mosteiro para nele incorporar os institutos femininos de Tarouquela, Tuías, Vairão, Vila Cova e Rio Tinto;

1535 - Instala-se em Tarouquela uma regedora para cessar os ânimos derivados da vontade régia de extinção do Mosteiro e preparar a transição para São Bento de Avé-Maria, no Porto;

1536 - As monjas de Tarouquela são transferidas para o convento do Porto; tem início a administração externa de Tarouquela a partir deste mosteiro;

Século XVII-XVIII - Obra de ampliação da capela-mor de Tarouquela;

1713 - Do antigo complexo monástico de Tarouquela apenas são documentados os passais e a casa da residência;

1758 - Já quase não existiam vestígios do espaço monástico;

1945 - Classificação da Igreja de Tarouquela como Monumento Nacional;

Década de 1970 - Realização das principais obras de restauro da Igreja de Tarouquela, a cargo da DGEMN;

2010 - Integração da Igreja de Santa Maria Maior de Tarouquela na Rota do Românico;

2014-2015 - Conservação geral da Igreja ao nível das coberturas, paramentos e vãos exteriores, no âmbito da Rota do Românico.

Santa Maria – 15 de agosto

Por marcação

Sábado - 15h30/17h (inverno/verão); domingo - 9h30

Monumento não acessível a visitantes com mobilidade reduzida.

+351 255 810 706

+351 918 116 488

visitasrr@valsousa.pt

Como chegar:

41,069675, -8,187931

Rua de Santa Maria Maior, Tarouquela, Cinfães, Viseu

Se vem do Norte de Portugal através da A28 (Porto), da A3 (Porto), da A24 (Chaves/Viseu), da A7 (Póvoa de Varzim) ou da A11 (Esposende/Marco de Canaveses) siga na direção da A4 (Bragança/Matosinhos) e saia para o Marco de Canaveses. Tome a variante à N211 em direção ao Marco de Canaveses e siga depois para Cinfães, passando pela Capela de Fandinhães. Cruze o Douro na barragem de Carrapatelo e siga depois pela N222 para a Igreja de Tarouquela, seguindo a sinalização da Rota do Românico.

A partir do Porto opte pela A4 (Vila Real). Saia para o Marco de Canaveses e siga depois para Cinfães, passando pela Capela de Fandinhães. Cruze o Douro na barragem de Carrapatelo.

Se vem do Centro ou Sul de Portugal pela A1 (Porto) ou pela A29 (V.N. Gaia), saia para a A41 CREP (Vila Real). Saia no nó de Medas e rume a Entre-os-Rios (Penafiel) pela N108. Cruze o Douro, seguindo na direção de Cinfães.

Se já se encontra na vila de Cinfães, siga na direção de Castelo de Paiva, pela N222, até à Igreja de Tarouquela.

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